23/02/2012

Mariza

Nasceu em Moçambique em 1973 mas veio para Portugal com três anos e instalou-se com a família na Mouraria.
Em sua casa não se via televisão, ouviam-se discos, sempre de fado. Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Aos cinco anos recebeu o seu primeiro xaile e começou a moldar a voz que a tornou famosa. Aprendeu a cantar na taberna dos pais e foi lá que atuou pela primeira vez.
"Foi aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me chateia nada!"


O recreio da escola primária da Mouraria era um palco. Fazia uma roda com as colegas e depois ia para o meio delas e cantava. Também gostava de sapateado que praticava à porta de casa com caricas de Coca-Cola coladas nos sapatos.
Só na adolescência começou a ser levada a sério como cantora. Até se assumir como fadista (ou cantadeira de fados, como prefere ser chamada) cantou diversos géneros musicais, como gospel, soul e jazz. Formou com alguns amigos uma banda de covers de nome Vinyl, costumavam cantar no bar Xafarix, em Lisboa. Mais tarde formou os Funkytown.
Foi no "Sr. Vinho" que a Mariza começou a cantar profissionalmente. Cantou também no "Café Café", propriedade de Herman José, que lhe deu alguma notoriedade.
Em 1999 foi convidada por Filipe La Féria para integrar a lista de cantores à homenagem a Amália Rodrigues num espetáculo no Coliseu de Lisboa (e depois no Coliseu do Porto), transmitido em direto pela TVI. A partir daqui nunca mais parou.
Em 2001 editou o seu primeiro álbum, Fado em Mim, primeiro em Portugal e depois em 32 países. O disco é uma espécie de tributo a Amália. Com este CD surgiram as primeiras digressões no estrangeiro e os primeiros prémios e nomeações. Dois anos depois editou Fado Curvo, que conseguiu o mesmo sucesso.

foto de José Goulão
Em 2005 veio o terceiro álbum, Transparente e a Fundação Amália Rodrigues atribuiu-lhe o prémio de «Intérprete que mais contribui para a divulgação da música portuguesa no estrangeiro». Um ano depois ganhou um Globo de Ouro em Portugal, e tornou-se Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique,
distinção atribuída pelo Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio. Também foi nomeada Embaixadora de Boa Vontade da UNICEF e de seguida, Embaixadora de Hans Christian Andersen em Portugal, pelo embaixador da Dinamarca no país, a propósito das comemorações do bicentenário do escritor.
Tem sido presença regular em palcos mediáticos como o Carnegie Hall, Walt Disney Concert Hall, Lobero Theater, Salle Pleyel, Ópera de Sydney, Olympia ou o Royal Albert Hall e tantos outros. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Sucedem-se platinas, prémios, salas esgotadas e convites irrecusáveis como integrar os concertos do Live 8, o dueto com Sting, no disco Unity ou ser convidada do Late Show With David Letterman. Foi também a protagonista do filme de Carlos Saura, Fados que reuniu tanto críticas como elogios por se afastar da conceção natural do fado. O filme não foi aceite no Festival de Cinema de Cannes.
Foi a primeira portuguesa nomeada para os Grammy latinos. Um momento importante no seu percurso no fado. Esta nomeação causou corrupio na imprensa nacional e internacional.
"Ao saber da nomeação não consegui deixar de pensar no percurso que fiz: como foi possível? Mas, ao mesmo tempo, percebi que tudo faz sentido. Pela forma como temos batalhado Com grande vontade de vencer, de conquista, de mostrar que a cultura portuguesa é extremamente rica, que Portugal é um país com muito para dar".


Em 2007 recebeu uma proposta do arquiteto Frank Gehry para lhe desenhar o palco. Idealizou uma taberna portuguesa, acolhedora e intimista, a fazer lembrar Lisboa e o seu ambiente bairrista.
Em 2008, na Culturgest, apresentou o seu novo álbum, Terra. Nesta altura associou-se à Blue Note Records, a mais importante editora de jazz do mundo.
Em 2010 lançou Fado Tradicional, o seu quinto álbum.
Juntamente com Carlos do Carmo foi embaixadora da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade.
Apesar de reunir algumas críticas dos puristas do fado, Mariza foi a maior impulsionadora da nova geração de fadistas que surgiram depois do milénio, e uma das pessoas que mais contribuíram para o reconhecimento e o valor que o fado conseguiu recuperar, tanto em Portugal como no estrangeiro.

mariza.com

1 comentário:

  1. Gosto muito da Mariza,é sem duvida nenhuma uma excelente fadista

    carla granja

    http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt/

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